Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhora Presidente da Câmara,
Eleitos autárquicos,
Caros Concidadãos:
Tenho uma preocupação que gostaria de partilhar convosco:
no livro “Uma verdade Inconveniente” de Al Gore, na sua 2ª edição em língua Portuguesa, página 196 e seguintes apresentam-se mapas para um cenário de aumento do nível das águas do mar, de 5 metros e meio a 6 metros.
Mostra vistas reais da Florida, da Baía de S. Francisco, da Holanda e imagens virtuais com o aumento do nível das águas; mostra ainda imagens de Pequim, onde 20 milhões de pessoas teriam de ser deslocadas; de Xangai onde teriam de ser deslocadas 40 milhões; de Calcutá e Bangladesh onde teriam de ser deslocadas 60 milhões.
Apresenta ainda uma fotografia de Nova York, feita a partir do espaço e do correspondente cenário para o aumento do nível das águas dos Oceanos.
Faltou a esta edição acrescentar o cenário para Portugal, mas podemos imaginá-lo, tomando aqueles padrões. E o que resulta é deveras preocupante!
Almada, pelo facto de estar à beira-mar e numa zona sísmica, exige aos decisores, redobrada prudência face aos pedidos de autorização de construção de edifícios ribeirinhos.
Solicito que, ouvida a opinião de peritos, seja definido que abaixo de uma determinada altitude não seja permitido construir, junto do arco ribeirinho de Almada porque é notório que a cada ano que passa o mar galga mais a terra.
E como ninguém pára o mar, construir abaixo dos 5 metros de altitude é seguramente insensato, na minha modesta opinião.
No entanto, creio que em Almada, continuam a ser licenciadas novas construções, nomeadamente na Costa de Caparica, quando o que deveríamos fazer, é parar mesmo, com as já autorizadas mas incompletamente executadas e que se conclua que possam estar em perigo nos próximos 50 anos.
Continuando a autorizar a construção a baixas cotas e a seguir a exigir mais diques para suster a marcha da natureza, não me parece ser sensato, principalmente, se atirarmos os custos para os outros.
Dominar o Oceano e as forças da natureza é um desígnio que sempre atribuímos aos deuses. Mandará o sentido de responsabilidade que não continuemos a agravar problemas para depois exigirmos solidariedade na sua resolução a um orçamento com inúmeras solicitações e prioridades diferentes, segundo a análise de cada um.
Disse …
Almada, 28 de Junho de 2007
Belmiro Rodrigues Alexandre, eleitor C-2587
Rua Trindade Coelho nº 6, 2º Esqº.
2800-297 Almada